Muammar Al Gaddafi fala Português - Declaração do Irmão Líder na Assembléia Geral das Nações Unidas
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Muammar Al Gaddafi fala Português
Declaração do Irmão Líder na Assembléia Geral das Nações Unidas
01.10.2009
Em nome da União Africana,
gostaria de congratular os membros da Assembléia Geral das Nações
Unidas, e espero que esta reuniåo seja umas das mais importantes na
historia mundial.
Em nome da Assembléia Geral em
sua sexagésima quarta sessão, presidida pela Líbia, da União
Africana, de mil reinos Africanos tradicionais, e em meu próprio
nome, eu, como presidente da União Africana, gostaria de aproveitar
esta oportunidade para congratular nosso filho Obama por estar
comparecendo a Assembléia Geral, e por seu país estar acolhendo
esta reunião.
Esta sessão está ocorrendo em
meio a muitos desafios que enfrentamos, e o mundo inteiro deveria
unir seus esforços para vencer os desafios que são os nossos
inimigos principais – a mudança climática e as crises
internacionais tais como o declínio econômico capitalista, as
crises alimentar e da água, a desertificação, o terrorismo, a
imigração, pirataria, epidemias criadas pelo próprio homem e a
proliferação nuclear. Talvez o virus da gripe H1N1 tenha sido
criado em laboratório, originalmente concebido como uma arma de uso
militar, e tenha escapado de controle. Dentre os muitos desafios
incluem-se também a hipocrisia, a pobreza, o medo, o materialismo e
a imoralidade.
Como é sabido, as Nacões Unidas
foi fundada por três ou quarto países que se uniram contra a
Alemanha na época da segunda Guerra Mundial. Esses países formaram
um organismo chamado Conselho de Segurança, fizeram deles mesmos
membros permamentes e concederam-lhes o poder do veto. Nós não
estavamos presentes naquele momento. A ONU foi criada de acordo com
estes três paises e eles originalmente quiseram que nós vestissemos
a casaca e tomassemos partido contra a Alemanha. Essa era a
essência real das Nações Unidas quando ela foi fundada há mais de
60 anos atrás.
Isso ocorreu na ausência de 165
paises, em uma proporção de um por oito, ou seja, um estava
presente e oito estavam ausentes. Eles criaram sua carta de
constituição, da qual eu tenho uma cópia. Se lermos a Carta das
Nações Unidas verificaremos que o preâmbulo da Carta difere de seus
artigos. Como isso veio a acontecer? Todos aqueles que participaram
da Conferência de São Francisco em 1945 tomaram parte na criação do
preâmbulo, mas deixaram os artigos e as normas internas de
procedimentos do chamado Conselho de Segurança a peritos,
especialistas e aos países interessados, ou seja, os países que
haviam se unido contra a Alemanha e estabelecido o Conselho de
Segurança.
O preâmbulo é bastante
interessante e ninguém se opõe a ele mas todas as disposições que
se seguem o contradizem completamente. Nós rejeitamos estas
disposições e jamais as aprovaremos; eles terminaram junto com a
Segunda Guerra Mundial. O preâmbulo diz que todas as nações,
grandes ou pequenas são iguais. Porém, somos todos iguais quando se
trata de cadeiras permanentes na ONU? Não, nós não somos iguais. O
preâmbulo institue por escrito que todas as nações, sejam elas
grandes o pequenas são iguais. Porem, temos nós o direito ao veto?
Somos todos iguais? O preâmbulo diz que todos nós temos direitos
iguais, sejamos grandes ou pequenos, isso foi o instituido e nós
concordamos. Assim sendo, o veto contradiz a Carta. As cadeiras
permanentes contradizem a Carta. Nós nao aceitamos e tampouco
reconhecemos o veto.
O preâmbulo da Carta institue
que as forças armadas nao sejam usadas, salvo em caso de interesses
comuns. Este é o preâmbulo com o qual nós concordamos e assinamos,
e nós nos juntamos as Nações Unidas porque queriamos que a Carta
refletisse isso. Está instituido que as forças armadas sejam usadas
somente em casos de interesse comum a todas as nações, porém o que
tem acontecido desde então? Sessenta e cinco guerras aconteceram
desde o estabelecimento da ONU e do Conselho de Segurança, 65 desde
a sua criação, com milhões de vítimas mais que a Segunda Guerra
Mundial. Todas aquelas guerras, as agressões e brutalidades que
foram usadas nessas 65 guerras, foram elas do interesse comum de
todos nós? Não, elas foram do interesse de um, três ou quatro
paises mas não de todas as nações.
Nós falaremos se essas guerras
foram do interesse de um país ou de todas as nações. Porque isso
contradiz flagrantemente a Carta das Nações Unidas que assinamos, e
a menos que ajamos em conformidade com a Carta com a qual
concordamos, esta será rejeitada e nós não teremos medo de falar
diplomaticamente com ninguém. Nós estamos falando agora sobre o
futuro da ONU. Não pode haver hipocrisia ou diplomacia porque isso
diz respeito a um assunto vital e importante para o futuro do
mundo. Foi a hipocrisia que criou cerca das 65 guerras que
aconteceram desde a criação das Nações Unidas.
O preâmbulo também institue que
caso as forças armadas sejam usadas, que sejam elas forças das
Nações Unidas – ou seja, intervençao militar pela ONU, com o acordo
conjunto das Nações Unidas e não de um, dois ou três países fazendo
uso das forças armadas. A ONU inteira deverá tomar a decisão ir `a
Guerra para manter a paz e segurança internacional. Desde a sua
criação em 1945, caso hajar um ato de agressão de um país contra
outro, a totalidade das Nações Unidas deveria deter e impedir esse
ato.
Se um país, a Líbia por exemplo,
exibisse um comportamento agressivo contra a França, a organização
na sua totalidade deveria intervir porque a França é um estado
soberano membro das Nações Unidas e todos nós temos a
responsabilidade coletiva de proteger a soberania de todas as
nações. No entanto, 65 guerras agressivas eclodiram sem que um ato
das Nações Unidas acontecesse para que elas fossem prevenidas.
Outras oito guerras massivas e ferozes, cuja quantidade de vítimas
chega cerca dois milhões de pessoas, foram travadas por estados
membros que gozam do poder de veto. Estes países nos fazem
acreditar que eles buscam manter a soberania e a independência das
pessoas, quando na verdade fazem uso de uma força de agressão
contra as pessoas. Nós gostariamos de acreditar que estes países
queiram trabalhar pela paz e a segurança mundial e proteger os
povos, ao invés de recorrerem `a guerras agressivas e `a um
comportamento hostil. Aproveitando o veto que eles concederam a si
mesmos como membros permamentes do Conselho de Segurança, eles
iniciaram guerras que causaram milhares de
vítimas.
O principio da não interferência
nos assuntos internos dos Estados está incluído na Carta das Nações
Unidas. Portanto nenhum país tem o direito de inteferir nos
assuntos de qualquer governo, seja ele democrático ou ditatorial,
socialista ou capitalista, reacionário ou progressista. Esta é uma
responsabiliade de cada sociedade, é um assunto interno que diz
respeito `a população dos países interessados. Os senadores romanos
escolheram Júlio César como o lider e ditador deles porque na época
isso era bom pra Roma. Ninguém pode dizer que Roma, naquele tempo
deu a César o poder de veto. Da mesma forma o veto nao é mencionado
na Carta.
Nós nos juntamos `as Nações
Unidas porque pensavamos que fossemos iguais, no entanto logo
descobrimos que um país pode se opor a todas as decisões que
tomamos. Quem concedeu aos membros permanentes essa posição no
Conselho de Segurança? Quatro deles concederam essa posição a eles
mesmos. O único país que nós, nesta assembléia, elegemos `a posição
de membro permanente no Conselho de Segurança é a China. Isto foi
feito democraticamente, mas as outras cadeiras nos foram impostas
de uma maneira não democratica através de um procedimento
ditadorial, realizado contra a nossa vontade, e nós não deveriamos
aceitar isso.
A reforma do Conselho de
Segurança que necessitamos não é para aumentar o número de membros,
o que tornaria as coisas muito piores. Usando um dito popular,
quanto mais água você colocar, mais lama você terá. Isto seria
colocar o dedo em uma ferida. Seria piorar as coisas simplesmente
adicionando mais paises grandes aos que já desfrutam da posição de
membros do Conselho. O que simplesmente perpetuaria a proliferação
das super potências. Por isso rejeitamos a adição de mais cadeiras
permanentes. A solução não é ter mais cadeiras permanentes, isso
seria muito perigoso. A adição de mais super potências esmagaria os
povos dos países pequenos e vulneráveis do terceiro mundo, os quais
estão reunidos no chamado grupo dos cem – cem pequenos paises
reunidos num forum que um membro nomeou de Forum dos Pequenos
Estados.
Estes países seriam esmagados
pelas super potências, caso fossem concedidas a posição de membros
no Conselho de Segurança a outros países maiores. Esta porta tem
que ser fechada; nós categorica e veementemente rejeitamos isto. A
adição de mais cadeiras ao Conselho de Segurança aumentaria a
pobreza, a injustiça e a tensão a niveis mundiais, bem como uma
grande competição entre certos países como a Italia, a Alemanha,
Indoésia, India, Paquistão, as Filipinas, Japão, Brasil, Nigéria,
Argentina, Líbia, Egito, a República Ddemocrática do Congo, a
Africa do Sul, Tanzânia, Turquia, Iran, Grécia e Ucrânia. Todos
esses países buscariam uma cadeira no Conselho de Segurança,
fazendo com que o número de seus membros fosse tão grande quanto o
da Assembléia Geral, o que resultaria numa competição
impraticavel.
Qual seria a solução entao? A
solução seria a Assembléia Geral votar uma portaria sob a liderança
de Sr. Treki, baseada na vontade da maioria dos membros da
Assembléia e tendo em conta a consideração de nenhum outro orgão. A
solução é vetar a admissão de novos Estados ao Conselho de
Segurança. Este assunto esta em pauta nesta sessão da Assembléia
Geral presidida pelo Sr. Treki. A adesão através das uniões e da
tranferências de mandatos deveria substituir outras
propostas.
Deveriamos focar na conquista da
democracia baseada na igualdade dos Estados Membros. Deveria haver
igualdade entre os Estados Membros, e poderes e mandatos do
Conselho de Segurança deveriam ser tranferidos `a Assembléia Geral.
A posição de membro deveria ser concedida aos sindicatos e não aos
Estados. O aumento do número de Estados Membros daria o direito a
todos os países a uma cadeira, em conformidade com o que está
instituido no preâmbulo da Carta.
Nenhum país por exemplo poderia
negar uma cadeira `a Italia, caso uma cadeira fosse concedida `a
Alemanha. A Italia poderia argumentar que a Alemanha foi derrotada
na Segunda Guerra Mundial. Se concedessemos uma cadeira `a India, o
Paquistão poderia argumentar que também é um país nuclear e merece
uma cadeira, e esses dois paises estão em guerra. Esta seria uma
situação perigosa. Se concedessemos uma cadeira ao Japão, teriamos
então que conceder outra `a Indonésia, o maior país muçulmano do
mundo. Nesse caso, a Turquia, Iran e Ucrânia requisitariam o mesmo.
O que diriamos `a Argentina e ao Brasil? A Líbia merece uma cadeira
pelos seus esforços em servir a segurança mundial descartando seu
programa de armas de destruição em massa. Então a Africa do Sul,
Tanzânia e Ucrânia poderiam requisitar o mesmo. Todos esses países
são importantes. A porta para o Conselho de Segurança deveria ser
fechada.
Esta abordagem é uma mentira, um
truque que foi exposto. Se quisermos referomar as Nações Unidas,
trazer mais super potências nao é o caminho. A solução é adotar a
democracia a nivel do congresso geral do mundo, a Assembléia Geral
`a qual os poderes do Conselho de Segurança deveriam ser
transferidos. O Conselho de Segurança se tornaria apenas um
instrumento para a implementação das decisões tomadas pela
Assembléia Geral, que seria o parlamento, a assembleia legislativa
do mundo.
Esta assembléia é o nosso forum
democrático e o Conselho de Segurança deveria ser responsável
perante ela; nós não deveriamos aceitar a atual situação. Estes são
os legisladores dos membros das Nações Unidas, e as resoluções
deles deveriam ser obrigatórias. Diz-se que a Assembléia Geral
deveria fazer o que o Conselho de Segurança recomenda. Pelo
contrário, o Conselho de Segurança deveria fazer o que a Assembléia
Geral decidir. Esta é a ONU, a assembléia que inclui 192 países.
Não o conselho de Segurança que inclui somente 15 dos Estados
membros.
Como poderemos estar satisfeitos
com a paz e a segurança mundiais, se o mundo todo é controlado por
apenas cinco países? Nós somos 192 nações, e nós somos como
pregadores de rua no Hyde Park em Londres. Acabamos de falar e
ninguém implementa as nossas decisões. Nós somos meros objetos de
decoração, sem qualquer substância real. Somos meros pregadores de
rua, nem mais, nem menos. Somente fazemos discursos e depois
desaparecemos. Isto é o que você é agora.
Quando o Conselho de Segurança
se tornar um orgão de execução das resoluções aprovadas pela
Assembléia Geral, não haverá competição para composição do
Conselho. Uma vez que o Conselho de Segurança se torne uma
ferramenta para implementar as resoluções da Assembléia Geral, não
haverá necessidade de qualquer concorrência. O Conselho de
Segurança deve simplesmente, representar todas as nações. De acordo
com a proposta apresentada à Assembléia Geral, haveria assentos
permanentes no Conselho de Segurança para todos as uniões e grupos
de países.
Os 27 países da União Europeia
devem ter cadeiras permanentes no Conselho de Segurança. Os países
da União Africana devem ter cadeiras permanentes no Conselho de
Segurança. Os países da América Latina e da ASEAN deverão ter
assentos permanentes. A Federação Russa e os Estados Unidos da
América já são membros permanentes do Conselho de Segurança. A
Comunidade para Desenvolvimento da África (SADC), uma vez que esta
seja estabelecida, deverá ter uma cadeira permanente. Os 22 países
da Liga Árabe devem ter uma cadeira permanente. Os 57 países da
Conferência Islâmica devem ter uma cadeira permanente. Os 118
países do Movimento dos Países Não-Alinhados (MNA) devem ter uma
cadeira permanente.
E ainda há o G-100, talvez os
pequenos países também devessem ter cadeiras permanentes. Países
não incluídos nas uniões que mencionei talvez pudessem ter cadeiras
permanentes concedidas, a serem ocupadas por eles em sistema de
rotação a cada seis ou doze meses. Penso também em países como o
Japão e a Australia que estão de fora de tais organizações como a
ASEAN ou a Federação Russa que não são membros das Uniões Europeias
Africa ou Latino-Americanas. Esta seria a solução para eles e a
Assembléia Geral votar a favor.
A questão é de vital
importância. Como já foi mencionado, a Assembléia Geral é o
Congresso e o Parlamento do mundo, o líder do mundo. Nós somos as
nações, e ninguém de fora desta Assembléia Geral será reconhecido.
O Presidente da Assembleia, Sr. Ali Abdussalam Treki, e o
secretário-geral Ban Ki-Moon irão produzir o projecto jurídico e
criar as comissões necessárias para apresentar esta proposta a
votação: a partir de agora, o Conselho de Segurança será composto
por uma união das nações. Desta forma, teremos a justiça e a
democracia, e não um Conselho de Segurança composto por países que
foram escolhidos porque têm armas nucleares, uma economia próspera
ou tecnologia avançada. Isso é terrorismo. Não podemos permitir que
o Conselho de Segurança seja governado pelas super potencias, isto
é o terrorismo em si.
É isso que devemos fazer se
quisermos um mundo unido, seguro e pacífico. É uma escolha nossa se
quisermos continuar em um mundo em guerra. Nós continuaremos a ter
conflitos e a lutar até dia do juízo final ou o fim do mundo. Todos
os membros do Conselho de Segurança deveriam ter o direito de
exercer o direito de veto, ou poderiamos eliminar o conceito de
veto, com essa nova formação do Conselho. Isto seria um verdadeiro
Conselho de Segurança. De acordo com as novas propostas
apresentadas à Assembléia Geral, este será um conselho executivo
sob o controle da Assembléia Geral, que terá poder real e fará
todas as regras.
Desta forma, todos os países
estarão em pé de igualdade no Conselho de Segurança da mesma forma
em que estão em Assembléia Geral. Na Assembléia Geral, todos nós
somos tratados da mesma maneira como membros com direito ao votos.
Deveria ocorrer o mesmo no Conselho de Segurança. Atualmente, um
país tem o direito de veto, outro país não direito ao veto, um país
tem cadeira permanente, outro país não tem cadeira permanente. Nós
não devemos aceitar isto, nem devemos aceitar qualquer resolução
aprovada pelo Conselho de Segurança em sua atual composição.
Estávamos sob tutela; fomos colonizados, e agora nós somos
independentes. Estamos aqui hoje para decidir o futuro do mundo de
uma forma democrática e que irá manter a paz e a segurança de todas
as nações, grandes e pequenas, como iguais. Caso contrário, é
terrorismo, porque o terrorismo não é somente a Al-Qaeda, ele pode
também assumir outras formas.
Nós deveriamos ser guiados pela
maioria dos votos somente na Assembléia Geral. Se a Assembléia
Geral tomar uma decisão por votação, seus desejos devem ser
obedecidos e sua decisão deve ser cumprida. Ninguém está acima da
Assembléia Geral; quem disser que está acima da Assembleia deve
deixar as Nações Unidas e agir sozinho. A democracia não é para os
ricos ou ou poderosos ou para aqueles que praticam o terrorismo.
Todas as nações deveriam ser vistas em pé de
igualdade.
Atualmente o Conselho de
Segurança é um feudalismo de segurança, um feudalismo político para
aqueles com cadeira permanente, protegido por eles e usado contra
nós. Ele deveria ser chamado não de Conselho de Segurança, mas de
Conselho do Terror. Em nossa vida política, se eles precisarem usar
o Conselho de Segurança contra nós, eles se voltam para o Conselho
de Segurança. Se eles não tiverem necessidade de usá-lo contra nós,
eles o ignoram. Se eles têm um interesse em promover, um machado
para amolar, eles respeitam e glorificam a Carta das Nações Unidas;
voltam-se para o Capítulo VII da Carta e o utilizam contra as
nações pobres. Se, no entanto, for do interesse deles violar a
Carta, eles simplesmente a ignoram como se ela não
existisse.
Se somente a aqueles que tem o
poder é dado a faculdade do veto por serem membros permanentes do
Conselho de Segurança, isto é injustiça e terrorismo e não deveria
ser tolerado por nós. Não deveriamos viver à sombra desta injustiça
e do terror.
As super potências têm
complicado os interesses globais, e eles usam o veto para proteger
esses interesses. Por exemplo, no Conselho de Segurança, eles usam
o poder das Nações Unidas para proteger os seus interesses e para
aterrorizar e intimidar o Terceiro Mundo, fazendo com que vivam sob
a sombra do terror.
Desde o início, quando foi
criado em 1945, o Conselho de Segurança falhou em fornecer
segurança. Pelo contrário, tem fornecido terror e sanções. Só é
utilizado contra nós. Por esta razão, não estaremos mais empenhados
em aplicar as resoluções do Conselho de Segurança após este
discurso, que marca o seu aniversário de 40 anos.
Sessenta e cinco guerras
eclodiram: sejam brigas entre os países pequenos ou guerras de
agressões travadas contra nós pelas super potências. O Conselho de
Segurança, em uma clara violação `a Carta das Nações Unidas, não
tomou medidas para impedir essas guerras ou atos de agressões
contra as nações pequenas e os povos.
A Assembleia Geral votará sobre
uma série de propostas históricas. Ou agimos em conjunto ou seremos
fragmentados. Se cada nação tivesse a sua própria versão da
Assembléia Geral, o Conselho de Segurança e os instrumentos, e se
cada um tivesse um pé de igualdade, as potências que atualmente
ocupam as cadeiras permanentes seriam confinadas a utilização dos
seus próprios órgãos de soberania, sejam eles três ou quatro, e
teriam que exercer os seus direitos contra si mesmos. Isto não é do
nosso interesse.
Se eles quiserem manter suas
cadeiras permanentes tudo bem, as cadeiras permanentes não serão de
nenhum interesse para nós. Nós jamais deveremos nos submeter ao seu
controle ou ao exercício do direito de veto que foi dado a eles.
Nós não somos tolos o suficiente para dar o direito de veto `as
super-potências para que eles façam uso disso e nos tratem como
nações pária e cidadãos de segunda classe. Não somos nós que
decidimos que esses países são as super poteêcias, nações
respeitadas com o poder de agir em nome de cento e noventa e dois
países.
Vocês devem estar plenamente
cientes de que estamos ignorando as resoluções do Conselho de
Segurança porque essas resoluções são utilizadas apenas contra nós
e não contra as super potências que têm as cadeiras permanentes e
direito de veto. Essas potências nunca utilizam qualquer resolução
contra eles mesmos.
No entanto, elas são usadas
contra nós. Tal uso transformou das Nações Unidas em uma caricatura
de si mesma e tem gerado guerras e violações da soberania de
Estados independentes. Isto conduziu a crimes de guerra e
genocídios. Tudo isso é uma violação da Carta das Nações
Unidas.
Como ninguém presta atenção ao
Conselho de Segurança das Nações Unidas, cada país e comunidade
criou o seu próprio Conselho de Segurança, e o Conselho de
Segurança aqui tornou-se isolado.
A União Africana já estabeleceu
seu próprio Conselho de Segurança e Paz, a União Europeia já
estabeleceu um conselho de segurança, e os países da Ásia já
estabeleceram seu próprio conselho de segurança. Logo, a América
Latina terá seu próprio Conselho de Segurança assim como as 120
Nações Não-Alinhadas.
Isto significa que nós já
perdemos a confiança no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o
qual não nos forneceu segurança, e é por isso que estamos agora
criando novos conselhos de segurança regionais.
Nós não estamos comprometidos a
obedecer a regras ou resoluções do Conselho de Segurança das Nações
Unidas na sua forma atual, porque ele é antidemocrático, ditatorial
e injusto. Ninguém pode nos obrigar a aderir ao Conselho de
Segurança ou a obedecer ou cumprir as resoluções ou ordens dadas
por ele na composição atual.
Além disso, não existe o
respeito `as Nações Unidas e nem consideração `a Assembléia Geral,
que é de fato a verdadeira Organização das Nações Unidas, mas cujas
resoluções não se tornam leis promulgadas. As decisões da Corte
Internacional de Justiça, o órgão judicial internacional, tem como
alvo apenas os pequenos países e nações do Terceiro Mundo. Ass
ações dos países poderosos escapam ao conhecimento do Tribunal. E
caso decisões judiciais sejam tomadas contra esses países poderosos
elas não são aplicadas.
A Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA) é um órgão importante no seio das Nações
Unidas. Países poderosos no entanto, não respodem a ele ou não
estão sob sua jurisdição. Nós descobrimos que a AIEA é usada apenas
contra nós. Diz-se que esta é uma organização internacional, mas se
este fosse o caso, todos os países do mundo deveriam estar sob a
sua jurisdição. Se ele não for um orgão verdadeiramente
internacional, então logo após este discurso não deveríamos
continuar a aceitá-lo e ele deveria ser encerrado.
O Sr. treki, na qualidade de
Presidente da Assembleia Geral, deveria falar com o diretor geral
da AIEA, o Sr. El Baradei, e perguntar-lhe se ele está preparado
para verificar o armazenamento de energia nuclear em todos os
países e inspecionar todos as aquisiçoes suspeitas. Caso ele diga
que sim, então poderíamos aceitar a competência da Agência. Mas se
ele disser que não pode entrar em certos países que tem energia
nuclear e que ele não tem qualquer jurisdição sobre eles, então
deveriamos fechar a Agência e não nos mais submetermo-nos à sua
jurisdição.
Para sua informação, liguei para
o Sr. El Baradei, quando tivemos o problema da bomba nuclear da
Líbia, e lhe perguntei se os acordos entre as super potências para
reduzir o suprimento nuclear foram submetidos ao controle e
inspeção da Agência, e se ele tinha conhecimento de qualquer
aumento na sua atividade. Ele me disse que ele não estava em
posição de ordenar a inspeção das super potências.
Então essa Agência está
inspecionando somente nós? Se assim for, ela não se qualifica como
uma organização internacional, uma vez que é seletiva, assim como o
Conselho de Segurança e o Tribunal Internacional de Justiça. Isso
não é justo assim como também não e justa as Nações Unidas. Nós
rejeitamos totalmente essa situação.
Em relação a África, Sr.
Presidente, caso as Nações Unidas seja reformada ou não, e mesmo
antes que aconteça uma votação sobre essas propostas de caráter
histórico, `a África deve ser concedida uma cadeira permanente no
Conselho de Segurança agora, considerando que esta já esperou tempo
demais.
Deixando de lado reforma das
Nações Unidas, podemos certamente dizer que a África foi
colonizada, isolada e perseguida e seus direitos usurpados. Seus
povos foram escravizados e tratados como animais, e seu território
foi colonizado e colocado sob tutela. Os países da União Africana
merecem uma cadeira permanente. Esta é uma dívida do passado que
tem de ser paga e não tem nada a ver com a reforma das Nações
Unidas. É uma questão de prioridade e está no topo da lista da
agenda da Assembléia Geral. Ninguém pode dizer que a União Africana
não merece uma cadeira permanente.
Quem pode argumentar com esta
proposta? Eu desafio qualquer um a se posicionar contra ela. Onde
está a prova de que a União Africana ou o continente Africano não
merecem um assento permanente? Ninguém poderia negar
isso.
Outra questão que deve ser
votada na Assembléia Geral é a da compensação para os países que
foram colonizados, a fim de prevenir que a colonização de um
continente, a usurpação de seus direitos e a pilhagem das riquezas
de aconteçam novamente.
Por que os africanos estão indo
para a Europa? Por que os asiáticos estão indo para a Europa? Por
que os latino-americanos indo para a Europa? É porque a Europa
colonizou estes povos, roubou e usou os recursos materiais e
humanos da África, Ásia e América Latina - o petróleo, seus
minerais, urânio, ouro e diamantes, suas fruta e vegetais, seu
rebanho e suas as pessoas. Agora, as novas gerações de asiáticos,
latino-americanos e africanos estão tentando recuperar a sua
riqueza roubada, pois eles têm todo o direito de
faze-lo.
Na fronteira da Líbia, eu
recentemente deti 1.000 migrantes Africanos em direção` a Europa.
Perguntei-lhes por que eles estavam indo para lá. Eles me disseram
que era para trazer de volta a sua riqueza roubada, que eles não
estariam indo caso isto não tivesse acontecido. Quem poderá
restaurar a riqueza que foi tirada de nós? Se vocês decidirem
restaurar toda essa riqueza, não haverá mais a imigração das
Filipinas, da América Latina, das Ilhas Maurício e Índia.
Devolva-nos a riqueza que nos foi roubada. A África merece 777
trilhões de dólares de indenização dos países a que a colonizaram.
Os africanos vão exigir esse montante, e se você não derem a eles,
eles irão onde aqueles trilhões de dólares foram levados. Eles têm
o direito de fazê-lo. Eles têm que acompanhar esse dinheiro e
trazê-lo de volta.
Por que não há imigração da
Líbia para a Itália, mesmo que a Líbia esteja tão perto da Itália?
A Itália devia indenizações ao povo líbio. Eles aceitaram esse fato
e assinaram um acordo com a Líbia, que foi aprovado por ambos os
parlamentos italiano e da Líbia. A Itália admitiu que a colonização
da Líbia foi um erro e que jamais deveria se repetir, e prometeu
não atacar o povo líbio por terra, ar ou mar. A Itália também
concordou em pagar a Líbia $ 250 milhões de indenização por ano
pelos próximos 20 anos e a construir um hospital para líbios
mutilados em conseqüência das minas plantadas em território líbio
durante a Segunda Guerra Mundial. A Itália pediu desculpas e
prometeu que nunca mais iria ocupar o território de outro país. A
Itália, que era um reino durante o regime fascista e fez ricas
contribuições para a civilização, deveria ser elogiada por essa
conquista, juntamente com o primeiro-ministro Silvio Berlusconi e
seu antecessor, que fizeram suas próprias contribuições nesse
caso.
Por quê que o Terceiro Mundo
está exigindo uma indenização? Para que dessa maneira não haja mais
colonizações - para que os países grandes e poderosos não mais
colonizem, umas vez que eles saibam que terão que pagar
indenizações. A colonização deveria ser punida. Os países que
prejudicaram outros povos durante a era colonial deveriam pagar uma
indenização pelos danos e sofrimentos infligidos durante o seu
domínio colonial.
Há outro fato que eu gostaria de
apontar. No entanto, antes de fazer isso - e abordando um tema um
tanto quanto sensível - eu gostaria de fazer um aparte. Nós
africanos estamos felizes e orgulhosos pelo fato de que um filho da
África é agora o presidente dos Estados Unidos da América. Isto é
um acontecimento histórico. Agora, em um país onde os negros não
podiam se misturar com os brancos em cafés ou restaurantes, ou se
sentar ao lado deles em um ônibus, o povo americano elegeu como seu
presidente um jovem negro, O Sr. Obama, de origem Quêniana. Isto é
uma coisa maravilhosa, e estamos orgulhosos. Isto marca o início de
uma mudança. Contudo, no que me diz respeito, Obama é um alívio
temporário para os próximos quatro ou oito anos. Tenho medo de que
possamos, em seguida, voltar à estaca zero. Ninguém pode garantir
como os Estados Unidos da América será governado depois de
Obama.
Ficaríamos satisfeitos se Obama
poderia permanecer o presidente dos Estados Unidos da América para
sempre. O discurso que ele acabou de fazer mostra que ele é
completamente diferente de qualquer outro presidente
norte-americano que já vimos. Os presidentes americanos costumavam
ameaçar-nos com todos os tipos de armas, dizendo que nos enviariam
operações de guerra conhecidas como Desert Storm (tempestade do
deserto), Grapes of Wrath (as vinhas da ira), Rolling Thunder e
rosas venenosas para crianças líbias. Essas foram as abordagens
deles. Presidentes americanos costumavam nos ameaçar com operações
como a Rolling Thunder, enviada ao Vietnã; Desert Storm (Tempestade
no Deserto), enviada para o Iraque; Musketeer (Mosqueteiro),
enviada ao Egito em 1956, apesar de a América se opor a elas, e as
rosas venenosas enviadas `as crianças líbias por Reagan. Vocês
podem imaginar? Nós pensavamos que os presidentes de um grande país
com uma cadeira permanente no Conselho de Segurança e o direito de
veto teriam nos protegido e enviado-nos a paz. E o que ganhamos ao
invés disso? Bombas guiadas a laser lançadas contra nós por caças
F-111. Esta foi a abordagem deles: nós vamos liderar o mundo, quer
vocês queiram ou não, e puniremos quem se opor a nós.
O que o nosso filho Obama disse
hoje é completamente diferente. Ele fez um apelo sério pelo
desarmamento nuclear, o qual aplaudimos. Ele também disse que a
América não pode resolver sozinha os problemas que enfrentamos e
que o mundo inteiro deveria se unir para fazer isso. Ele disse que
nós devemos fazer mais do que estamos fazendo agora, meramente
discursos. Nós concordamos e aplaudimos. Ele disse que tinhamos
chegado `a Organização das Nações Unidas para discutirmos uns
contra os outros. É verdade que quando viemos aqui, deveriamos nos
comunicar uns com os outros em pé de igualdade. E ele disse que a
democracia não deve ser uma coisa imposta de fora. Até
recentemente, os presidentes americanos disseram que a democracia
deveria ser imposta ao o Iraque e outros países. Ele disse que este
era um assunto interno. Ele foi verdadeiro quando disse que a
democracia não pode ser imposta de fora.
Portanto, devemos ser
cautelosos. Antes de fazer estas observações delicadas, eu noto que
no mundo inteiro há muitas polaridades. Ouçam: deveríamos ter um
mundo com tantas polaridades? Será que não podemos ter as nações em
pé de igualdade? Deixe-nos ter uma resposta. Alguém tem alguma
resposta sobre se é melhor ter um mundo com tantas polaridades? Por
que não podemos estar em pé de igualdade? Deveríamos ter
patriarcas? Deveríamos ter papas? Deveríamos ter
deuses?
Por que nós deveríamos ter um
mundo com tantas polaridades? Nós rejeitamos esse mundo e fazemos
um apelo por um mundo onde grandes e pequenos sejam
iguais.
O outro ponto delicado é a sede
da Organização das Nações Unidas. Posso ter sua atenção, por favor?
Todos vocês atravessaram o Oceano Atlântico ou o Pacífico, cruzaram
o continente asiático e o continente Africano para chegar a este
lugar. Por quê? Aqui é Jerusalém? É o Vaticano? É Meca? Todos vocês
estão cansados, sofrem com o fuso-horário e noites sem dormir.
Estão todos muito cansados. Alguém acabou de chegar agora, após um
vôo de 20 horas. E nós esperamos que ele faça um
discurso.
Todos vocês estão dormindo,
todos vocês estão cansados. É claro que todos vocês estão sem
energia por terem feito uma viagem longa. Por que fazemos isso?
Alguns de nossos países vivem um pesadelo e as pessoas estão
dormindo. Agora você deveria estar dormindo, porque o seu relógio
biológico, sua mente biológica está habituado a estar dormindo
nesse momento. Eu acordei às 4 horas da manha horário de Nova York,
antes do amanhecer, porque na Líbia é 11 da manhã. Quando eu
acordar às 11 horas, já é dia, então às 4 horas eu já estava
acordado.
Por quê? Pensem nisso. Isso foi
decidido em 1945, devemos ainda mantê-lo? Por que não podemos
pensar em um lugar que está no meio do caminho, e que seja mais
confortável?
Outro ponto importante é que os
Estados Unidos, o país anfitrião, assume as despesas e cuida da
Sede e das missões diplomáticas, assim como da paz e da segurança
dos chefes de Estado que vêm aqui. Eles são muito rigorosos, gastam
muito dinheiro com isso, e nesse momento Nova York e toda a América
estão financeiramente apertados.
Quero aliviar a América desta
árdua tarefa. Devemos agradecer `a América; dizer `a América, muito
obrigado por se disponibilizar a resolver todos os problemas. Nós
agradecemos `a América. Queremos ajudar a tranquilizar a América e
Nova Iorque e mantê-los calmos. Eles não devem ter a
responsabilidade de cuidar da segurança. Talvez algum dia um
terrorista cause uma explosão ou bombardeie um presidente. Este
lugar é alvo da Al-Qaeda, este mesmo edifício. Por que ele não foi
atingido no 11 de setembro?
Isto estava além do poder deles.
O próximo alvo seria esse lugar. Não estou dizendo isto de uma
forma repentina. Temos dezenas de membros da Al-Qaeda detidos em
prisões líbias. Suas confissões são muito assustadoras. Isso faz
com que a América viva sob tensão. Nunca se sabe o que pode
acontecer. Talvez a América ou este lugar sejam novamente alvo de
um foguete. Talvez dezenas de chefes de Estado morrerão. Queremos
aliviar a América desta preocupação. Devemos mudar a sede para
lugar que não seja alvo.
Agora, depois de 50 anos a Sede
das Nações Unidas deve ser mudada para outra parte do hemisfério.
Após 50 anos no hemisfério ocidental, a sede deveria ser no
hemisfério oriental ou no oriente médio, pelos próximos 50 anos,
por sistema de rotação. Hoje, com 64 anos, temos 14 anos além dos
50, quando a sede da ONU deveria ter sido movida para outro
lugar.
Não estamos insultando os
Estados Unidos da América, estamos lhe prestando um serviço.
Devemos agradecer `a América. Isso foi possível em 1945, mas não
devemos aceitar-lo agora. Evidentemente isso deverá ser submetido à
uma votação na Assembléia Geral - somente na Assembleia - porque na
sessão 23 do Acordo da Sede, consta que a sede das Nações Unidas
poderá ser deslocada para outro local apenas por uma resolução da
Assembléia Geral. Se a aprovação da tranferência da sede for
aprovada por 51 por cento da Assembléia, ela poderá então ser
movida.
Os Esatados Unidos da América
tem o direito de usar um esquema de segurança rigoroso, pois é alvo
de terroristas e do Al-Qaeda. Eles tem o direito de tomar todas as
medidas de segurança necessarias, não estamos culpando-os por isso.
No entanto, não toleramos essas medidas. Nós não temos que vir a
Nova York e sermos submetido a todas estas medidas de segurança. Um
presidente me disse que ele foi informado de que seu co-piloto não
deveria vir `a América porque há restrições. Ele perguntou como ele
poderia atravessar o Atlântico sem um co-piloto. Por quê? Ele não
tem que vir aqui. Outro presidente queixou-se que o seu segurança
pessoal não pôde vir porque houve algum mal-entendido a respeito de
seu nome no pedido de concessão do visto. Outro presidente disse
que o seu próprio médico não pôde obter o visto e por este fato não
pôde vir `a América.
As medidas de segurança são
muito rigorosas. Se um país tiver qualquer problema com a América,
eles criarão restrições sobre os movimentos dos membros das
delegações, como se estivessemos em Guantánamo. É este um
Estado-membro das Nações Unidas, ou um prisioneiro no campo de
Guantánamo, ao qual não pode ser permitida a livre
circulação?
Isto é o que é submetido à
Assembléia Geral para a votação - que a sede seja deslocada. Se 51
por cento concordarem, então chegamos à segunda votação: para o
meio do mundo, ou para o hemisfério oriental. Se decidirmos pela
mudança da sede, por que não movê-la para Sirte ou Viena? Ninguém
pode vir mesmo sem um visto. Uma vez que você venha como um
presidente, a Líbia é um país seguro. Nós restringiriamos vocês a
100 ou 500 metros. A Líbia não tem nenhuma ação hostil contra
ninguém. Acho que o mesmo se aplica a Viena.
Se a votação decidir pela
transferência da sede para a parte oriental, os locais então seriam
Delhi ou Pequim, capital da China ou a capital da
Índia.
Isso é lógico, meus irmãos. Eu
não acho que haverá qualquer objeção a isso. Então vocês irão me
agradecer por esta proposta, por eliminar o sofrimento e os
problemas de vôo 14, 15 ou 20 horas para vir aqui. Ninguém pode
culpar os Estados Unidos ou dizer que eles irão reduzir suas
contribuições para as Nações Unidas. Ninguém deveria ter esse
pensamento ruim. A América, tenho certeza, está comprometida com
suas obrigações internacionais. Eles não guardarão ressentimentos,
pelo contrário, irão agradecer-lhes por aliviar suas obrigações,
por tomá-las juntamente com todas as restrições, apesar do fato
deste lugar ser alvo de terroristas.
Chegamos agora às questões que
serão considerados pela Assembléia Geral. Estamos prestes a colocar
as Nações Unidas, em julgamento, a antiga organização terminará e
uma nova irá surgir. Esta não é uma reunião normal. Mesmo o filho
Obama disse que essa não é uma reunião normal. É um encontro
histórico.
As guerras que ocorreram após a
criação da Organização das Nações Unidas - por que elas ocorreram?
Onde estava o Conselho de Segurança, onde estava a Carta, onde
estava a Organização das Nações Unidas? Deveria haver investigações
e intervenção judicial. Por quê houveram massacres? Podemos começar
com a Guerra da Coréia, pois esta ocorreu após a criação da
Organização das Nações Unidas. Como é que uma guerra daquelas
eclodiu e causou milhares de vítimas? As armas nucleares poderiam
ter sido utilizadas naquela guerra. Os responsáveis por causar a
guerra devem ser julgados e devem pagar uma indenização pelos danos
causados.
Chegamos então à guerra do Canal
de Suez, em 1956. Esse arquivo deve ser bem aberto. Três países com
cadeira permanente no Conselho de Segurança e com o direito de veto
no Conselho atacaram um Estado membro desta Assembleia Geral. Um
país que era um Estado soberano - Egipto - foi atacado, seu
exército foi destruído, milhares de egípcios foram mortos e muitas
cidades e entidades foram destruídas, tudo porque o Egito quis
nacionalizar o Canal de Suez. Como tal coisa pôde ter acontecido
durante a época das Nações Unidas e sua Carta? Como é possível
garantir que tal coisa não se repetirá, a menos que repararemos os
erros do passado? Esses foram acontecimentos perigosos, e os
arquivos do Canal de Suez e da Guerra da Coréia devem ser
reabertos.
Em seguida, passamos à guerra do
Vietnã. Houve 3 milhões de vítimas nessa guerra. Durante 12 dias,
mais bombas foram lançadas do que durante os quatro anos da Segunda
Guerra Mundial. Foi uma guerra feroz, e ela aconteceu após a
criação da Organização das Nações Unidas e depois que tomamos a
decisão de que não haveria mais guerras.
O futuro da humanidade está em
jogo. Não podemos ficar em silêncio. Como podemos nos sentir
seguros? Como podemos ser complacentes? Este é o futuro do mundo, e
nós que estamos na Assembléia Geral das Nações Unidas devemos nos
certificar de que as guerras não sejam repetidas no
futuro.
O Panamá foi atacado, apesar de
ser um Estado independente membro da Assembleia Geral. Quatro mil
pessoas foram mortas, e o presidente do país foi preso. Noriega
deve ser libertado, deveríamos abrir esse arquivo. Como podemos
autorizar um país que é um Estado-Membro das Nações Unidas a
declarar guerra contra outro país e capturar o seu presidente,
tratá-lo como um criminoso e colocá-lo na prisão? Quem aceitaria
isso? Este fato poderia ser repetido. Não devemos ficar quietos.
Deveríamos abrir um inquérito. Qualquer um de nós, os
Estados-Membros poderiamos enfrentar a mesma situação,
especialmente se tal agressão é por um Estado-Membro com uma
cadeira permanente no Conselho de Segurança e com a
responsabilidade de manter a paz e a segurança
mundial.
Depois, houve a guerra em
Granada. Esse país foi invadido mesmo sendo um Estado-Membro. Ele
foi atacado por 5.000 navios de guerra, 7.000 soldados e dezenas de
aviões militares, e ele é o menor país do mundo. Isso ocorreu após
o estabelecimento das Nações Unidas e do Conselho de Segurança e o
seu veto. E o Presidente da Granada, Sr. Maurice Bishop foi
assassinado. Como isso pôde ter acontecido impunemente? Isto é uma
tragédia. Como podemos garantir se a Organização das Nações Unidas
é boa ou não, que um determinado país é bom ou não? Podemos nos
sentir seguros ou felizes com o nosso futuro ou não? Podemos
confiar no Conselho de Segurança, ou não? Podemos confiar nas
Nações Unidas ou não?
Devemos nos voltar ao bombardeio
da Somália, investigá-lo. A Somália é um Estado-Membro das Nações
Unidas. É um país independente governado por Aidid. Nós queremos
uma investigação. Por que isso aconteceu? Quem permitiu que isso
acontecesse? Quem deu o sinal verde para que esse país fosse
atacado?
Há ainda a ex-Jugoslávia. Nenhum
país era tão pacífico como a Iugoslávia, construída passo a passo e
peça por peça após ser destruída por Hitler. Nós a destruímos, como
se estivéssemos fazendo o mesmo trabalho de Hitler. Tito construiu
esse país pacífico passo a passo, tijolo por tijolo, e nós o
destruimos por razões imperialistas, interesses pessoais. Como
podemos ser complacentes com isso? Por que não podemos nunca estar
satisfeitos? Se um país pacífico como a Iugoslávia enfrentou tal
tragédia, a Assembléia Geral deveria abrir um inquérito e decidir
quem deve ser julgado perante o Tribunal Penal
Internacional.
Depois temos a guerra no Iraque
- a mãe de todos os males. As Nações Unidas também devem investigar
isso. A Assembléia Geral, presidida pelo Sr. treki, deveria
investigar isso. A invasão do Iraque foi uma violação da Carta das
Nações Unidas. Ela foi feita sem qualquer justificação das
super-potências com cadeira permanente no Conselho de Segurança. O
Iraque é um país independente e um Estado-membro da Assembléia
Geral. Como esses países podem ter atacado o Iraque? Conforme
previsto na Carta, as Nações Unidas deveria ter impedido o
ataque.
Falamos sobre isso na Assembléia
Geral, e pedimos o uso da Carta para que o ataque ao Iraque
cessasse. Nós fomos contra a invasão do Kuwait, e os países árabes
lutaram contra o Iraque ao lado de países estrangeiros, em nome da
Carta das Nações Unidas.
Naquela guerra a Carta foi
respeitada. No caso da Guerra do Iraque, no entanto, quando
queriamos usar a Carta para parar que a guerra fosse impedida,
ninguém usou e que o documento foi ignorado. Por quê isso ocorreu?
O Sr. treki e a Assembléia Geral deveriam investigar isso, para que
seja determinado se havia realmente alguma razão para invadir o
Iraque. Porque as razões para aquele ataque permanecem misteriosas
e ambíguas, e nós poderemos enfrentar o mesmo destino no
futuro.
Por quê o Iraque foi invadido? A
invasão em si foi uma grave violação da Carta das Nações Unidas, e
isso foi um erro. Também houve um massacre total e genocídio. Mais
de 1,5 milhões de iraquianos foram mortos. Nós queremos trazer o
arquivo do Iraque perante o Tribunal Penal Internacional (TPI), e
queremos que aqueles que cometeram o assassinato em massa contra o
povo iraquiano sejam julgados.
É fácil para Charles Taylor ser
julgado, ou para Bashir a ser julgado, ou Noriega para ser julgado.
Esse é um trabalho fácil. Sim, mas e aqueles que cometeram o
assassinato em massa contra os iraquianos? Eles não podem ser
julgados? Eles não podem comparecer perante o TPI? Se o Tribunal
não é capaz de acomodar-nos, então não devemos aceitá-lo. Ou ele
existe para todos nós, grandes ou pequenos, ou não devemos
aceitá-lo e devemos rejeitá-lo.
Qualquer pessoa que comete um
crime de guerra pode ser julgado, mas nós não somos gado como
aqueles que são abatidos para o Eid. Temos o direito de viver, e
nós estamos prontos para lutar e nos defender. Temos o direito de
viver com dignidade, debaixo do mesmo sol e na terra; eles ja nos
testaram e nós resistimos ao teste.
Há outras coisas também. Por que
é que os prisioneiros de guerra iraquianos podem ser condenados à
morte? Quando o Iraque foi invadido e seu presidente capturado, ele
foi feito prisioneiro de guerra. Ele não deveria ter sido julgado,
ele não deveria ter sido enforcado. Quando a guerra acabasse, ele
deveria ter sido liberado. Queremos saber por que um prisioneiro de
guerra deve ter sido julgado. Quem sentenciou o presidente do
Iraque `a morte? Existe uma resposta para essa pergunta? Sabemos a
identidade do juiz que o sentenciou? Como também a de quem amarrou
a corda no pescoço do presidente no dia do sacrifício e o enforcou?
Aquelas pessoas usavam máscaras.
Como isso pôde ter acontecido em
um mundo civilizado? Estes eram prisioneiros de guerra de países
civilizados e sob a tutela do direito internacional. Como poderiam
os ministros do Governo e um chefe de Estado serem condenado à
morte e enforcados? Eram aqueles que os julgaram advogados ou
membros de um sistema judicial?
Vocês sabem o que as pessoas
estão dizendo? Elas estão dizendo que as pessoas por trás das
máscaras eram o presidente dos Estados Unidos e o Primeiro-Ministro
do Reino Unido e que foram eles que mataram o Presidente do
Iraque.
Por que os carrascos não
desmascararam seus rostos? Por que não sabemos a posição dessas
pessoas? Porque é que não sabemos se eles eram policiais, juízes,
militares ou médicos? Como um presidente de um Estado-Membro das
Nações Unidas pôde ter sido condenado à morte e assassinado? Nós
não sabemos a identidade dos executores. As Nações Unidas tem o
dever de responder a estas perguntas: Quem realizou a sentença de
morte? Eles devem ser membros do judiciário e terem
responsabilidades oficiais; devemos saber suas identidades e nós
devemos saber sobre a presença de um médico e da natureza de todos
os procedimentos legais. Isso seria o procedimento normal para um
cidadão comum, e deveria ser o mesmo para o presidente de um
Estado-Membro das Nações Unidas, que foi condenado à morte desta
maneira.
Minha terceira questão sobre a
guerra do Iraque se refere a Abu Ghraib. Esta foi uma vergonha para
a humanidade. Eu sei que as autoridades dos Estados Unidos irão
investigar este escândalo, mas as Nações Unidas não deve ignorá-lo.
A Assembléia Geral deve investigar o assunto. Prisioneiros de
guerra detidos na prisão de Abu Ghraib foram torturados; cães foram
incitados contra eles; eles foram estuprados. Este é um fato sem
precedentes na história da guerra. Foi um ato de sodomia, e um
pecado sem precedentes, jamais cometido por agressores passados ou
invasores. Prisioneiros de guerra são soldados, mas estes foram
estuprados na prisão por um Estado membro permanente do Conselho de
Segurança. Isso depõe contra a civilização e a humanidade. Não
podemos nos calar, temos que conhecer os fatos. Ainda hoje, um
quarto de milhão de prisioneiros iraquianos, homens e mulheres,
permanecem em Abu Ghraib. Eles estão sendo maltratados, perseguidos
e estuprados. Deve haver um inquérito.
Voltando-nos para a guerra no
Afeganistão, esta também deve ser investigada. Por que estamos
contra o Taliban? Por que estamos contra o Afeganistão? Quem é o
Taliban? Se o Taliban quer um Estado religioso, tudo bem. Pense no
Vaticano. Será que o Vaticano representa uma ameaça para nós? Não.
É um Estado religioso e muito pacífico. Se os talibans querem criar
um emirado islâmico, quem pode afirmar que isso os torna nosso
inimigo? Tem alguém alegando que Bin Laden é do Taliban ou que ele
é afegão? Bin Laden é do Taliban? Não, ele não é do Taliban e ele
não é do Afeganistão. Eram os terroristas que atacaram Nova York do
regime taliban? Eram eles do Afeganistão? Eles não eram nem do
Taliban e nem afegãos. Então, qual foi a razão para as guerras no
Iraque e no Afeganistão?
Se eu realmente quisesse enganar
os meus amigos americanos e britânicos, eu os incentivaria a enviar
mais tropas e os encorajaria a persistir neste banho de sangue. Mas
eles nunca terão sucesso no Iraque ou no Afeganistão. Veja o que
aconteceu com eles no Iraque, que é um deserto. É ainda pior nas
nas regiões montanhosas do Afeganistão. Se eu quisesse enganá-los
eu os incentivaria a continuar as guerras no Iraque e no
Afeganistão. Mas não, eu quero salvar os cidadãos dos Estados
Unidos, o Reino Unido e outros países que estão lutando no Iraque e
no Afeganistão. Então eu lhes digo: deixem o Afeganistão aos
afegãos; deixem o Iraque aos iraquianos. Se eles quiserem lutar uns
contra os outros, eles são livres para o fazer.
Os Estados Unidos teve sua
Guerra Civil e ninguém interferiu nela. Houveram guerras civis na
Espanha, China e países de todo o mundo - não há lugar na Terra que
tenha estado livre de guerras civis. Que haja uma guerra civil no
Iraque. Se os iraquianos quiserem ter uma guerra civil e lutarem
entre si, tudo bem. Quem afirma que se o Taliban formasse um
governo eles possuiriam mísseis intercontinentais ou aviões que
atingiriam Nova York? Será que aqueles aviões de decolaram do
Afeganistão ou do Iraque? Não, eles decolaram de aeroportos
americanos. Então, porque o Afeganistão está sendo atacado? Os
terroristas não eram afegãos nem do Taliban ou
iraquianos.
Porque estamos em silêncio?
Jamais deveriamos ser demônios de guerra: todo aquele que não fala
a verdade é um demônio silencioso. Estamos comprometidos com a paz
e a segurança internacional. Nós não queremos desprezar ou
ridicularizar a humanidade. Nós queremos salvar a
humanidade.
Como Presidente da Assembleia
Geral, Sr. Ali Treki deve abrir um arquivo de investigação sobre os
assassinatos - além de arquivos de guerra. Quem matou Patrice
Lumumba, e porquê? Queremos apenas registrar isso nos anais da
história Africana, queremos saber como um líder Africano, um
libertador, veio a ser assassinado. Quem o matou? Nós queremos que
os nossos filhos possam ler a história de como Pattrice Lumumba, o
herói da batalha pela liberação do Congo foi assassinado. Nós
queremos saber os fatos, apesar de 50 anos terem se passado. Este é
um arquivo que deveria ser reaberto.
E quem matou o Secretário-Geral
Hammarskjöld? Quem disparou em seu avião em 1961, e por
quê?
Depois, há o assassinato de
Kennedy, presidente dos Estados Unidos, em 1963. Nós queremos saber
quem o matou e porque. Houve alguém chamado Lee Harvey Oswald, que
por sua vez foi um morto por Jack Ruby. Por quê ele o matou? Jack
Ruby, um israelense, matou o assassino de Kennedy, Lee Harvey
Oswald. Por quê esse israelense matou o assassino de Kennedy? Então
Jack Ruby, o assassino do assassino de Kennedy, morreu em
circunstâncias misteriosas antes que ele pudesse ser julgado. Temos
que abrir esses arquivos. O mundo inteiro sabe que Kennedy queria
investigar o reator nuclear israelense Dimona. Esta questão envolve
a paz e a segurança internacional e as armas de destruição em
massa. É por isso que devemos abrir este arquivo.
Depois, há o assassinato de
Martin Luther King, o reverendo negro e ativista dos direitos
humanos. Seu assassinato foi um complô, e deveriamos saber por que
ele foi morto e quem o matou.
Houve também o ataque a Khalil
Wazir, ou Abu Jihad, um palestino. Ele estava vivendo pacificamente
na Tunísia, um Estado-Membro, e a soberania daquele país não foi
respeitada. Nós não podemos nos calar. Apesar de submarinos e
navios terem sido detectados ao longo da costa da Tunísia, onde foi
ele morto, ninguém foi acusado ou julgado. Abu Iyad também foi
morto, e devemos saber como ele foi morto. Ele foi morto em
circunstâncias ambíguas. Na Operação Primavera da Juventude, Kamal
Nasser, um poeta, Kamal Adwan e Youssef Abu al Najjar, três
palestinos foram mortos no Líbano, um país que é livre, um estado
soberano e membro da Assembleia Geral. Eles foram atacados e mortos
enquanto dormiam pacificamente. Devemos descobrir e julgar quem os
matou para que os crimes contra a humanidade não se
repitam.
Nós já conversamos sobre o
tamanho da força usada na invasão de Granada - 7.000 militares, 15
navios de guerra e de dezenas de homens – e o presidente Bispo foi
morto apesar de Granada ser um Estado-Membro. Estes são crimes, e
não podemos nos calar. Caso contrário, seremos como animais de
sacrifício. Nós não somos animais. Ano após ano, somos atacados.
Defendemos a nós mesmos, nossos filhos e nossas crianças, e não
temos medo. Temos o direito de viver, a terra não é um lugar
destinado `a violência, mas um lugar para todos nós vivermos.
Jamais poderemos viver nesta terra em tamanha humilhação. Portanto,
estas são as guerras ocorridas.
O último arquivo é o dos
massacres. No massacre de Sabra e Shatila, 3.000 pessoas foram
mortas. Essa área, sob a proteção do exército de ocupação
israelense, foi palco de um massacre imenso e calamitoso no qual
3.000 palestinos, homens, mulheres e crianças foram mortos. Como
podemos no scalar perante esses fatos? O Líbano é um Estado
soberano, membro da Assembléia Geral foi ocupado, Sabra e Shatila,
estavam sob controle israelense, e em seguida, o massacre
ocorreu.
Depois houve o massacre de 2008
na Faixa de Gaza. Havia 1.000 mulheres e 2.200 crianças entre as
vítimas mortas no massacre em Gaza em 2008. Sessenta escritorios
das Nações Unidas e outros 30 pertencentes a organizações
não-governamentais foram danificados. Cinquenta clínicas foram
destruídas. Quarenta médicos e enfermeiras foram mortos no
exercício de atividades humanitárias. Isto ocorreu em Gaza, em
Dezembro de 2008.
Os autores ainda estão vivos, e
eles devem ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
Devemos então levar a julgamento apenas os oprimidos, os países
fracos e pobres do terceiro mundo, e não os importantes e
protegidos? De acordo com a lei internacional, todos eles deverão
ir a julgamento em conseqüências dos crimes que eles cometeram.
Caso contrário, o papel do TPI jamais será reconhecido. Se as
decisões do TPI não são respeitadas ou implementadas, se a
Assembleia Geral e o Conselho de Segurança não significam nada, e
se a Agencia Internacional de Energia Atômica serve apenas a alguns
países e organizações, o que é entao a Organização das Nações
Unidas? Isso significaria que as Nações Unidas não é nada e é
insignificante. Onde está a ONU? Não há Nações Unidas.
Com relação `a a pirataria, ela
pode ser um fenômeno do alto mar, uma forma de terrorismo. Estamos
a falando da pirataria na Somália. Somalis não são piratas. Nós
somos os piratas. Nós fomos lá e usurparamos as suas zonas
econômicas, seus peixes e suas riquezas. Líbia, Índia, Japão e
América - qualquer país do mundo - todos nós somos piratas. Todos
nós entraramos nas águas territoriais e zonas econômicas da Somália
e roubamos. Os somalis estão protegendo seus próprios peixes, o seu
sustento. Eles se tornam piratas porque eles estão defendendo o
alimentos de seus filhos. Agora, nós abordarmos esse assunto de
maneira errada. Devemos enviar navios de guerra `a Somália?
Deveriamos enviar navios de guerra aos piratas que atacaram e
tomaram as zonas econômicas e a riqueza dos somalis e os alimentos
dos seus filhos.
Eu conheci os piratas, e eu lhes
disse que gostaria de negociar um acordo entre eles e a comunidade
internacional, que respeite as 200 milhas da zona econômica
exclusiva no âmbito do direito marítimo que protege todos os
recursos marinhos, pertencentes ao povo Somali, e também proiba que
os países da façam uso da costa Somali para dispor de seus resíduos
tóxicos. Em contrapartida, os somalis não mais atacariam os navios.
Nós iremos propor um projeto de lei para um tratado internacional e
submetê-lo à Assembléia Geral. Esta é a solução. A solução não é o
envio de navios militares para combater os somalis. Essa não é a
solução.
Estamos abordando o fenómeno da
pirataria e do terrorismo da maneira errada. Hoje há a gripe suína.
Talvez amanhã haja a gripe do peixe, porque às vezes nós produzimos
virus através do controle deles. É um comércio. Empresas
capitalistas criam o vírus para que eles possam produzir e vender
as vacinas. Isso e uma ética pobre e vergonhosa. Vacinas e
medicamentos não deveriam ser vendidos. No Livro Verde, eu sustento
que os medicamentos não devem ser vendidos ou serem objetos de
comercialização. Os medicamentos devem ser gratuitos e as vacinas
dadas gratuitamente às crianças, mas as compnahias capitalistas
criam o vírus e as vacinas visando o lucro. Por quê os
medicamenteos não são gratuitos? Devemos fornecê-los gratuitamente,
e não vendê-los. O mundo inteiro deveria se esforçar para proteger
o nosso povo, criar e fabricar vacinas e forncecê-los gratuitamente
para crianças e mulheres, e não lucrar com eles. Todos esses
tópicos estão na ordem do dia da Assembléia Geral, que tem apenas
que fazer exercer esse direito.
A Convenção de Ottawa sobre as
minas terrestres proíbe a produção de minas terrestres. Isso é
errado. As minas terrestres são armas defensivas. Se eu colocá-las
ao longo da fronteira do meu país e alguém quiser me invadir, eles
podem ser mortos. Isso é certo, porque eles estão invadindo o meu
país. A convenção deve ser reconsiderada. Eu não estou levando esta
arma de defesa para outro país. O inimigo está vindo a mim. No site
do Al-Kadhafi, eu faço um apelo para que o tratado seja modificado
ou anulado. Esse tratado deve ser modificado ou anulado. Eu quero
usar minas terrestres para